pra cima, pra baixo.

outro dia em que meus sentimentos se confundem e cada minuto é uma surpresa.
de um abraço longo e desconhecido,
ao encontro de um irmão,
à procura da melhora,
ao divertimento da dança,
ao choro do medo,
ao pedido de presença,
à falta de amor,
à sobra de amor,
às lágrimas libertadas,
ao sono discreto e profundo.

quando

No momento em que meus olhos se fecharem
em que meu coração já não pulsar
No momento em que eu já não me acordar
me levem onde possam destroçar minhas entranhas
antes que o sangue esteja frio
levem meus pedaços quase mortos a outro ser
deixem viver meu amor
o deixem viver sem dor

triste reflexão:

nessa substância encontro a salvação.
quem diria um empurrãozinho fazer tudo isso por mim?
preciso e não quero mais precisar.
'qué voy hacer? je ne sais pas. je suis perdu.'

Sobre querer não sentir...

Hoje eu desejo não sentir. Não sentir emoções, nem dores. Não ter expectativas.
Eu só quero não amar ninguém por alguns minutos, ficar alheia ao que diz meu coração, aos seus batimentos acelerados de sofrimento por amar tanto assim. Hoje eu queria encontrar um buraco negro e me perder na escuridão daquilo-que-não-se-conhece. Queria explorar uma caverna e no seu breu me perder.

Vou fechar os olhos e mergulhar nesse espaço lúgubre onde não há amor.

Amanhã eu volto a transbordar; hoje não.