A profissão docente é
um processo constituído por uma formação inicial e uma continuada. A primeira
se refere aos conteúdos teóricos e específicos estudados durante a graduação,
já a segunda se refere à continuidade da evolução do pensamento e das
aprendizagens durante a docência.
Durante muitos séculos
a educação escolar foi direcionada apenas às elites. No brasil, a partir da
Constituição de 1934, a educação passou a ser obrigatória e gratuita. No entanto,
apenas no fim do século XX é que a permanência das crianças e dos adolescentes na
escola atingiu um número considerável, pois anteriormente os alunos não permaneciam
estudando por muitos anos, afinal era necessário trabalhar e ajudar a família.
Após o aumento da permanência dos alunos, os
governos (federal e estaduais) começaram a aplicar avaliações para medir o
conhecimento dos alunos e, sendo assim, a qualidade dos professores. A partir
daí, com os resultados decadentes, os professores se tornaram o alvo de crítica
e de cobranças. No entanto, é muito importante perceber que a docência não tem,
geralmente, políticas públicas que visem realmente o benefício da classe. Além de
salários baixos, as condições de trabalho foram se tornando cada vez piores.
Apesar de tudo, muitos
professores ainda insistem na carreira, dividindo seus sentimentos entre as
condições objetivas e as subjetivas. Como a autora do texto, Sonia Penin (2009), apresenta,
as condições objetivas seriam os determinantes extrínsecos do trabalho, como o
salário, o meio, a estrutura escolar, ou seja, os pontos desfavoráveis da profissão,
aqueles que dão insatisfação. Já os que trazem satisfação são aqueles
relacionados às condições subjetivas (de determinantes intrínsecos) como as
vivências em sala de aula, a relação com os alunos, o prazer de direcionar o
conhecimento.
Eu, como professora
iniciante, venho presenciando e me deparando com sensações relacionadas tanto
aos fatores extrínsecos, quanto aos fatores intrínsecos. Há tristezas,
alegrias, insatisfações e realizações. Acredito que todas as carreiras ‘balançam’
nesses quesitos... cada pessoa com a qual mantemos alguma relação traz
vivências, sejam elas boas ou ruins. Dentro da sala de aula o docente deve
estar pronto quanto à sua formação
inicial e disposto a dar continuidade à essa formação, estando sempre aberto
aos novos aprendizados que a estrutura escolar (composta de modo hierárquico)
acaba proporcionando.
Fica clara a
necessidade de o professor se deixar evoluir, assim como a escola que deve
seguir as mudanças da sociedade/de cultura para poder exercer o seu real papel.
A educação precisa de mais atenção e investimentos, precisa de políticas que
deem conta das necessidades desses profissionais.
“[...] ao melhorar a
imagem e as condições subjetivas da profissionalidade atua-se de forma positiva
sobre a profissão e o seu papel social. Por esses motivos, urgem propostas de
melhoria tanto das condições objetivas quanto das subjetivas da profissão docente.”
(p. 28)
PENIN, Sonia. Profissão docente e
contemporaneidade. In: PENIN, Sonia; MARTINEZ, Miguel; ARANTES, Valéria Amorin
(org.) Profissão Docente: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2009. p.15-40.
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